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5 atrizes italianas em filmes de Hollywood

Hollywood não é conhecida por ser uma indústria que preza pela diversidade, a não ser que ela possa ser colocada em estereótipos concretos. Isso combinado com a busca pela imagem perfeita e entretenimento divertido ao invés de, muitas vezes, um bom roteiro faz com que muitos artistas estrangeiros não consigam um espaço nesse cinema. 

Existem, é claro, algumas exceções: Sophia Loren era uma atriz italiana que graças à seu talento e à ajuda de seu marido empresário, o sagaz Carlos Ponti se tornou uma lenda do cinema. Mas não foi só ela, como atriz italiana, que saboreou um pouco do sucesso e do glamour hollywoodiano. 

Confira, a seguir, cinco atrizes italianas em filmes de sucesso do cinema norte-americano!

SOPHIA LOREN - A LENDA DOS DESAPARECIDOS (LEGEND OF THE LOST, 1957)

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Sophia Loren já era uma atriz italiana muito famosa e bem estabilizada no seu cinema nacional e por conta de seu carisma, de sua beleza estonteante e talento, ela entrou para o cinema hollywoodiano com o pé direito. O filme A Lenda dos Esquecidos (Legend of The Lost, 1957), que hoje completa 60 anos de seu lançamento,  foi seu terceiro trabalho no cinema americano. Sophia tinha apenas 23 anos de idade. 

O filme conta a história de Joe January, vivido por John Wayne, que é contratado como guia de Paul Bonnard, interpretado por Rossano Brazzi, para que ele encontre um tesouro da perdida cidade de Ophir, de uma expedição que seu pai nunca voltou. No meio do caminho, ele se depara com a bela Dita, vivida por Sophia Loren, uma prostituta que ele trata com respeito e dignidade, diferente de outros homens. Isso faz com que ela se apaixone perdidamente por ele, mas Joe também tem sentimentos por ela. 

A Lenda dos Esquecidos (Legend of The Lost, 1957), acaba sendo mais um romance do que uma aventura, mas a combinação dos três atores no deserto belíssimo do Sahara, é imbatível. Segundo o livro Sophia Loren por Cindy de La Hoz, Sophia Loren se dava muito bem com John Wayne e deve sua vida à Rossano Brazzi! Isso porque o fogão instalado em seu quarto para prover calor estava com o gás vazando e logo ela estava intoxicada pelo monóxido de carbono. Conseguiu chegar até a porta do quarto antes de desmaiar e logo Brazzi foi ao seu resgate, antes que algo terrível acontecesse. 

Os fãs de Sophia, pelo visto, tem muito a agradecer ao Rossano Brazzi! 


GINA LOLLOBRIGIDA - QUANDO SETEMBRO VIER (COME SEPTEMBER, 1951)

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Gina Lollobrigida era outra atriz italiana de um sucesso tremendo em seu país. Conhecida como a alcunha: 'a mulher mais bela do mundo', a carreira de Gina começou quando ela ficou em terceiro lugar no concurso Miss Italia de 1947 (a ganhadora foi a também atriz Lucia Bosé e em segundo, Gianna Maria Canale). Depois disso, ela estrelou em inúmeros filmes de diretores como Duilio Coletti e Frederico Fellini e cimentou seu espaço como uma das divas supremas do cinema, a incomparável Lollo. 

Seu primeiro filme foi ao lado de Humphrey Bogart em O Diabo Riu Por Último (Beat The Devil, 1953), mas foi ao lado de Rock Hudson em Quando Setembro Vier (Come September, 1961) que Gina Lollobrigida brilhou! Em Quando Setembro Vier, a atriz interpreta Lisa, a namorada do playboy americano Robert, vivido por Hudson. Os dois sempre passam as férias em uma vila na Itália, mas logo o ricaço descobre que seus funcionários alugam o local como um luxuoso hotel, no qual os jovens Sandy, vivida por Sandra Dee, e Tony, interpretado por Bobby Darin, acabam se apaixonando. 

Uma comédia romântica de absoluto sucesso, Quando Vier Setembro (Come September, 1961) foi um sucesso entre os críticos e o público e foi a primeira película, segundo a matéria do TCM, a ser disponibilizado em um voo internacional. O filme é extra especial, aliás, para Dee e Darin que se apaixonaram durante as gravações dele e se casaram depois de algumas semanas. Da união de seis anos veio o filho Dodd Darin. 

Já Gina Lollobrigida continuava a ficar presa em apenas atuar em filmes de fala inglesa, mas que não fossem filmadas nos EUA. O motivo era um contrato que ela havia feito no início da carreira com Howard Hughes, de quem tinha exclusividade da imagem da atriz em filmes americanos. Esse foi um dos motivos pelos quais a carreira de Gina no cinema não se igualou a Sophia Loren. As duas, aliás, tem uma rixa que dura há anos, com Gina afirmando recentemente ao completar 90 anos de idade: "Eu não estava procurando rivalidade contra ninguém. Eu era a nº 1". 


 ELSA MARTINELLI - A UM PASSO DA MORTE (INDIAN FIGTHER, 1955)

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Elsa Martinelli chamou a atenção de Kirk Douglas graças à sua esposa, a também atriz Anne Douglas. Seu esposo, Kirk, estava à procura de uma atriz que pudesse interpretar uma índia em seu mais novo filme A Um Passo da Morte (Indian Fighter, 1955) e ela encontrou a pessoa perfeita na forma de Martinelli. 

Como o casal conta no livro Kirk and Anne: Letters of Love, Laughter and a Life Time em Hollywood, Anne estava folheando uma revista Vogue quando viu a foto de Elsa e disse para Kirk: "Essa garota faria uma fantástica índia."Como naquela época, o politicamente correto nas telonas era raro, Kirk a achou perfeita para interpretar uma índia e a encontrou através do namorado dela, o estilista Oleg Cassini, anteriormente casado com Gene Tierney. Com um péssimo sotaque e pouco conhecimento de inglês, Elsa não acreditou que Kirk a estava oferecendo um emprego e o fez cantar, por telefone, a canção Whale of a Tale, que ele performou no filme 20.000 Léguas Submarinas (20,00 Leagues Under The Sea, 1954). Funcionou e Elsa se comprometeu ao filme! 

O filme A Um Passo da Morte (Indian Figther, 1955) conta a história de Johnny Hawks, vivido por Kirk Douglas no primeiro filme de sua produtora Bryna, um escoteiro do Exército enquanto ele guia um vagão em Oregon, nos Estados Unidos. No meio do caminho ele é detido por índios e acaba se apaixonando Ohnati, interpretada por Elsa Martinelli. Mas problemas acontecem quando dois foragidos matam um membro da tribo de índios. 

Apesar do sotaque carregado, Elsa causou uma bela de uma impressão em Kirk e ele deixou claro em seu livro I Am Spartacus que daria o papel de Varínia no filme Spartacus (idem, 1960) se ela ainda estivesse sob contrato com sua produtora Bryna.

Com uma carreira breve no cinema hollywoodiano, Elsa voltou à Itália para fazer filmes e faleceu aos 82 anos de idade em julho de 2017. 

PIER ANGELI - MARCADO PELA SARJETA (SOMEBODY UP THERE LIKES ME, 1956)

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Pier Angeli é mais conhecida, atualmente, por ser a 'mulher da vida de James Dean', mas nos anos 50 ela era a parte mais conhecida do casal. Nascida em Cagliari, na Itália, ela era irmã gêmea da também atriz Marisa Pavan. Trabalhando regularmente em seu país, ela chamou a atenção de empresários de Hollywood depois de atuar no filme Melle, Não me Toques (Mam'zelle Nitouche, 1954) e já foi escalada ao lado de Lana Turner para atuar no suspense Paixão e Carne (Flame and Flesh, 1954). 

Mas ao gravar o filme Marcado Pela Sarjeta (Somebody Up There Likes Me, 1956) ao lado do novato Paul Newman, Pier já estava em outro estado mental. Era casada com Vic Damone, com quem casou ao invés de James Dean, e tinha um filho chamado Perry Damone. Uma veterana nas telonas, conhecida por sua beleza calma e doce, ela foi perfeitamente escalada para viver Norma, esposa de Rocky Graziano, vivido no filme por Newman, quem ela ajudava a se tornar o campeão de peso médio do boxe. O filme foi baseado na vida real do boxeador Rocky e originalmente, James Dean interpretaria o personagem. 

As duas co-estrelas não poderiam falar melhor um do outro, com Paul Newman afirmando que "era muito triste que os papeis que a ofereciam para interpretar raramente estavam à altura de seu talento." Pier Angeli também não escorregou no vacilo e comentou: "Ele é mais sensível e caloroso do que as pessoas percebem." 

Marcado Pela Sarjeta (Somebody Up There Likes Me, 1956) é um dos grandes filmes daquele ano por misturar uma história real com muito sentimento para as telonas. Incrível pensar que o papel que mais rendeu à Pier críticas positivas quase não foi seu por acharem que uma italiana não conseguiria representar uma verdadeira nova-iorquina! 

ALIDA VALLI - O 3º HOMEM (THE THIRD MAN, 1949) 

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Alida Valli tinha tudo para ser a próxima grande estrela dos filmes. Com sua beleza clássica, compostura e talento, é interessante descobrir que ela nunca realmente deu certo nos filmes hollywoodianos, apesar de ser uma das maiores estrelas italianas de todos os tempos. Ela foi "descoberta" pelo produtor David O. Selznick, que a assinou na sua produtora, a David O. Selznick Productions, depois de sua atuação estelar no filme Eugenia Grandet (idem, 1946) e logo ele a levou para participar do filme Agonia de Amor (The Paradine Case, 1947). 

Depois, ela estrelaria em um dos filmes noir de maior sucesso do cinema, o 3º Homem (The Third Man, 1949) ao lado de Joseph Cotten e Orson Welles. A baronesa, sendo que seu avó era o barão Luigi Altenburger, foi uma demanda de David, mas o diretor Carol Reed ficou mais do que feliz com a escolha.

A atriz interpretava Anna Schmidth, a amante de Harry Lime, vivido por Orson Welles, personagem que é assassinado em no que era aparentemente um acidente de trânsito. Convencido de que o que aconteceu foi mais do que isso, Holly Martins, interpretado por Joseph Cotten, vai atrás das respostas, ao mesmo tempo que acaba se apaixonando por Anna. 

Considerado um dos maiores clássicos do cinema, o filme mostra a cidade de Viena devastada pela guerra, capturada pelas câmeras que em seus movimentos de maestria, buscando as sombras da cidade e como a revista LIFE afirma: "as verdadeiras estrelas do filme são as câmeras." O 3º Homem (The Third Man, 1949) ganhou o Oscar de Melhor Cinematografia em Preto e Branco e merecidamente. Alida Valli voltou ao cinema italiano, atuando em clássicos como Sedução da Carne (Senso, 1954) e O Grito (Il Grido, 1957). 


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  1. Ótimas informações. Um texto enxuto e bem escrito como sempre.

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  2. Muito bom. Obrigada pela sensatez nas informações. Normalmente começo a ler e desisto por conter muita enrolação. Gostei.🌹

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  3. Michael Carvalho Silva22 de janeiro de 2022 às 21:28

    Faltou justamente a atriz de cinema italiana mais linda e deslumbrante de todos os tempos que é a loura e belíssima diva européia perfeita e angelical Carla Gravina que junto com Dilma Lóes, Jessica Walter, Donovan Scott, Nick Nolte e o moreno e escultural rei da pornochanchada brasileira Roberto Miranda são os seis maiores e mais extremamente sensuais e instigantes símbolos sexuais cinematográficos e mundiais de todos os tempos.

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