O filme 'Ainda Estou Aqui' se tornou um sucesso de bilheteria - por conta da história e, é claro, pela iminente possibilidade de indicação ao Oscar de Fernanda Torres. Se a atriz for indicada, ela será a segunda brasileira a ter essa honra: a primeira foi sua mãe, Fernanda Montenegro - que também atua na película.
A obra conta a história do engenheiro e deputado federal Rubens Paiva, no filme vivido por Selton Mello, que é levado pelos militares nos anos 1970, em plena ditadura militar. Após o desaparecimento do marido, Eunice, papel de Fernanda Torres, sai em busca de respostas e se torna uma grande ativista dos direitos humanos.
O poder do filme 'Ainda Estou Aqui' |
Para enaltecer o poder de 'Ainda Estou Aqui', nós da Caixa de Sucessos, listamos cinco curiosidades que você, talvez, ainda não sabia sobre a obra. Vamos lá!
1. Fernanda Torres não foi a primeira opção para viver Eunice
Mariana seria a primeira escolha para o papel de Eunice |
2. Maeve Jinkings foi escolha pessoal de Walter Salles para viver Dalva Gasparian
Livraria Argumento foi fundada e continua (re)xistindo no Rio de Janeiro |
Em entrevista ao jornal Estado de Minas, o filho deles, Marcus, explicou a inclusão da livraria na história:
No retorno ao Brasil, meus pais iniciaram uma série de empreendimentos culturais voltados para o retorno da democracia. Editaram o semanário Opinião, compraram a editora Paz e Terra, lançaram a revista Argumento que acabou dando o nome para a livraria. Minha mãe, Dalva, interpretada no filme por Maeve Jinkings, esteve sempre ao lado do meu pai, assim como a Tia Eunice sempre apoiou o Tio Rubens.
A própria Maeve vibrou com a oportunidade de interpretar Dalva, afirmando ao Jornal O Globo: "O Waltinho (Walter Salles, diretor) me chamou para fazer uma participação especial. Durante a ditadura, a livraria foi uma referência não só do ponto de vista cultural, mas também um foco de resistência política. A Dalva e o marido dela, Fernando, tiveram uma importância política muito grande na resistência à ditadura, e a livraria Argumento foi uma das dimensões dessa resistência".
3. Selton Mello e Walter Salles são amigos dos filhos de Rubens e Eunice Paiva
Selton Mello foi escalado para viver Rubens Paiva no filme 'Ainda Estou Aqui (2024)' e surpreendeu seu amigo, Marcelo Paiva. O Marcelo é autor do livro homônimo que deu origem ao filme, além de ser filho do ex-deputado morto pela ditadura militar.
Os dois são amigos de anos e, em entrevista para a coletiva de imprensa no Brasil, Selton admitiu: "Nunca imaginei que fosse fazer o pai do Marcelo, sou amigo dele há muitos anos. Eu tinha fotos do Rubens e ouvi coisas sobre ele do Marcelo, das irmãs e dos amigos para me preparar para o trabalho". Apesar disso, ele preferiu não ver vídeos e nem tentar imitar os trejeitos de Rubens, para tentar capturar a essência do engenheiro e não imitá-lo somente.
Marcelo, Fernanda, Walter e Selton |
Walter Salles também é amigo de anos da família Rubens Paiva e, em bate-papo com a revista Exame, diz que conviveu com eles na casa do Rio de Janeiro - que estava sempre de portas abertas: "Aquela casa é um personagem. Uma das minhas lembranças mais fortes de adolescência é de ver ela com as portas e janelas sempre abertas, onde turmas de diferentes idades se encontravam. Se no começo essa convivência com a família é brilhante, iluminada e calorosa, com filtro amarelado, depois que o Rubens é levado, tudo fica mais escuro e sóbrio".
4. Marcelo Paiva não vê 'Ainda Estou Aqui' como série
Após o sucesso do filme 'Ainda Estou Aqui' - com cinemas esgotados e quase 1 milhão de pessoas assistindo no Brasil - começou um burburinho de que o livro de Marcelo poderia se tornar também uma série de televisão, com apoio do Globoplay.
A confusão começou após uma suposta fala de Marcelo, de que existiria uma versão de mais de 3 horas do longa e, por isso, o próximo passo seria adaptar para a televisão. Nas redes sociais, ele deixou bem claro: "Não vai, não. Não foi isso que falei no SESC. Não existe versão de 3h20".
Selton e Fernanda são grandes amigos |
Essa versão corresponde à visão de Selton Mello, que teve alguns problemas iniciais com Walter, já que tudo no filme foi pensado de forma milimétrica e sem espaço para improvisos. Em sua autobiografia 'Eu Me Lembro', Mello admite: "O processo não foi fácil. (...) Eu tenho dificuldade com ensaio. Eu gosto do... Não sei, eu gosto de uma coisa menos prevista. E esse filme foi muito ensaiado".
5. A reconstituição da casa dos Paiva foi na Urca
O filme 'Ainda Estou Aqui' se passa, em sua maioria, na casa da família Paiva que, na vida real, era localizada na Avenida Delfim Moreira, nº 80 em Ipanema. A casa, no entanto, já foi totalmente demolida e, para recriar o ambiente, foi escolhida uma casa no valor de R$14 milhões na Urca - bairro no Rio de Janeiro que ainda mantém algumas características dos anos 1970.
Em entrevista ao site Deadline, Walter Salles diz que se sente emocionado toda vez que passa pela casa, já demolida e que agora deu lugar à um edifício: "Havia a oposição de uma casa aberta ao mundo, a uma casa completamente fechada. E depois houve algo também traumático em que se tornou um restaurante. E então um dia a casa foi demolida e eu também vi isso. Moro no Rio e cada vez que caminho por aquela parte da cidade não posso deixar de voltar a essa realidade. Agora, há um imenso arranha-céu com apartamentos luxuosos onde antes ficava a casa chamado Juan-les-Pins".
Casa verdadeira dos Rubens à esquerda |
Walter sempre foi grande amigo de Ana Lúcia, filha do meio dos Paiva. A família toda é composta por Marcelo, Vera, Ana, Maria Eliana e Maria Beatriz.
Esta é uma obra que vale muito a pena ver e se emocionar nos cinemas. Está esperando o quê? Só vai!