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Nasce uma Estrela (A Star is Born) e todas suas versões para o cinema

*spoilers sobre a história de Nasce uma Estrela (A Star is Born) - estão avisados!

O cultuado Nasce uma Estrela (A Star is Born) voltou a ser destaque na mídia neste ano depois que a nova versão, com Lady Gaga e Bradley Cooper, foi lançada em outubro nos cinemas.





A história de uma aspirante à cantora que se apaixona por um consagrado e famoso músico continua a encantar o público internacional desde a versão de Nasce uma Estrela de 1976, estrelada pela incrível Barbra Streisand e o charmoso Kris Kristofferson. Mas você sabia que a história original da película não é esta? 

Para o papel da protagonista, só as grandes estrelas de seu tempo 
As versões estreladas por Janet Gaynor, a original de 1937, e a de Judy Garland, de 1954, lidavam com a ascensão e queda de dois astros de cinema apaixonados. Enquanto muitos se lembram do hit Evergreen, cantada lindamente por Streisand em 1976, poucos sequer sabem da existência de suas antecessoras e de que tudo, na verdade, começou com um filme obscuro da RKO chamado Hollywood (What Price Hollywood? de 1932). 

Portanto, em nossa A Listinha, expomos todas as versões de Nasce um Estrela (A Star is Born), abaixo! 

NASCE UMA ESTRELA (A STAR IS BORN, 1937) COM JANET GAYNOR E FREDRIC MARCH

Janet Gaynor é Esther e Fredrich March é Norman em Nasce uma Estrela (A Star is Born, 1937)
A primeira versão de Nasce uma Estrela é a mais esquecida por críticos e fãs em geral, mas é no filme de 1937 onde temos uma história mais concisa e com o tom 100% certo. 

Janet Gaynor interpreta a aspirante à atriz Esther Blogdett, depois Vicky Lester, que para perseguir o seu sonho resolve se mudar para Los Angeles, nos EUA. O caminho para o estrelato não é nada fácil e ela tem que trabalhar como garçonete para pagar as contas. Em uma das festas em que ela trabalha, Esther conhece o grande astro Norman Maine, vivido por Fredrich March, que vê sua estrelato decair devido ao seu vício por álcool. Apesar das dificuldades, Esther e Norman se apaixonam perdidamente e tem que lidar, juntos, com o fato de que uma estrela (Esther) está surgindo e a outra (Norman) se apagando. 

Poucos, no entanto, sabem que Nasce uma Estrela (A Star is Born) foi baseada no filme Hollywood (What Price, Hollywood?, 1932), estrelado por Constance Bennett e Lowell Sherman. Existem tantas semelhanças entre os dois filmes que não poderia ser mera coincidência.

Constance e Lowell brilham no filme Hollywood (What Price Hollywood, 1932) progenitor de Nasce uma Estrela
Em Hollywood, dirigido por George Cukor, Constance interpreta a jovem Mary que sonha em ser atriz. Trabalhando como garçonete, ela conhece o grande diretor Max, vivido por Lowell, e ele a presenteia com a grande chance de fazer um teste em um estúdio de cinema. Mary, depois de algumas atribulações impressiona e consegue um contrato. Apesar de nutrirem sentimentos um pelo outro, Max e Mary nunca são um casal de fato (algo que frustou os críticos da época) e a atriz se casa com outro homem enquanto Max se afunda cada vez mais em seu vício por álcool.

O produtor de ambas as películas foi David O Selznick que, mesmo com o sucesso modesto de Hollywood, ainda acreditava que poderia extrair mais da história. Portanto, ele investiu no mesmo enredo do filme de 1932, acrescentando um romance entre as duas estrelas. Assim foi (re)criado o Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 1937), dirigido por William A Sherman.

O filme Nasce Uma Estrela (1937) funciona por vários motivos: porque o telespectador acompanha a vida de Esther antes da fama - a sua vida simples em uma cidade no interior -, sua luta para chegar a Hollywood e sua admiração por Norman Maine, antes mesmo de conhecê-lo, algo que não acontece nas versões posteriores e que dá um toque especial ao amor entre os personagens. Um ponto ruim é justamente não haver conflito algum além do que está na superfície, não permitindo que o telespectador se sinta íntimo do casal.

Janet Gaynor e Fredrich March, contudo, tem uma ótima química, com atuações memoráveis. É nesta versão também que temos a icônica frase dita pelo protagonista: "Ei, eu apenas queria olhar para você mais uma vez" que se tornou tradição nos filmes de Nasce Uma Estrela". Ninguém diz tão bem quanto Fredrich, no entanto.

Janet Gaynor e Fredrich March: as novas estrelas 
Fredrich March, aliás, foi escalado como Norman Maine depois da demissão de John Barrymore, que nessa época estava parecido demais com o próprio personagem e tão bêbado que mal conseguia lembrar de suas falas. Janet Gaynor foi escolhida por seu talento, claro, e também por ser a madrinha de casamento e amiga de Irene Selznick, esposa do produtor, como conta o livro A Star Is Born (Turner Classic Movies) de Lorna Luft e Jeffrey Vance.

Esta versão do filme é emocionante, sem ser melodramática demais, e constrói o relacionamento dos dois protagonistas de uma forma suave e sensível, o que faz o telespectador entender esse amor e torcer pelo casal até o último minuto. Neste caso, a falta de músicas age ao seu favor, já que o espectador pode se focar na história e nos diálogos sagazes, fazendo-nos sentir nos bastidores da história e não na plateia do espetáculo.

Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 1937) foi um sucesso de bilheteria e garantiu indicações tanto para Janet quanto para Fredrich. Provando que uma história simples, os altos e baixos do estrelato e uma linda história de amor nunca saem de moda. 


NASCE UMA ESTRELA (A STAR IS BORN, 1954) COM JUDY GARLAND E JAMES MASON

Judy Garland é Esther e James Mason é Norman em Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 1954)

A versão de Nasce uma Estrela de 1954 é a mais cultuada pelos críticos e fãs e isso tem uma explicação: a atuação incrível de Judy Garland, que colocou todo seu talento a atenção na personagem, tentando recuperar seu status como uma das estrelas mais valiosas de Hollywood. 

Isso porque, na época, Judy continuava a lutar contra seu vício por remédios, sua fama de não ser uma estrela confiável e os momentos de depressão que a impediam de realizar seu trabalho. Nos anos 50, Judy que trabalhou de forma constante na década de 1940, viu sua carreira no cinema desandar depois de Casa, Comida e Carinho (Summer Stock, 1950), sendo demitida de seu contrato com o estúdio MGM.

Nesse ínterim, a atriz focou seus esforços em performances e concertos pelos Estados Unidos e se apaixonou e casou com Sidney Luft, um empresário de Hollywood que tinha justamente o papel ideal para o tão sonhado retorno de Garland para as telonas: o Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 1954).

Judy e seu então marido, Sid levaram a ideia até o magnata Jack Warner, dono da Warner Brothers e logo o filme começou a ser produzido. Mas com uma diferença: dessa vez a personagem de Esther não seria apenas uma atriz e sim uma cantora também. Norman, vivido por James Manson, no entanto, ainda seria um ator cada vez mais perto da decadência que se apaixona por Esther assim que a vê cantando. Essa cena em particular origina mais uma tradição de Nasce Uma Estrela: o "apaixonar" do casal através da bela voz da protagonista. Aqui, Judy canta "The Man That Got Away", que se tornou uma de suas canções mais famosas.


O filme contou com a direção de George Cukor (sim, o mesmo que dirigiu Hollywood, base de Nasce uma Estrela) e ganhou uma duração total de quase 3 horas! O filme, segundo o livro A Star is Born de Lorna Luft (filha de Judy e Sid) e Jeffrey Vance, foi um sucesso neste formato e a performance de Judy um estouro, tanto que ela recebeu uma indicação ao Oscar, que perdeu para Grace Kelly em Amar é Sofrer (The Country Girl, 1954) no que foi, claramente, um concurso de popularidade.

Mas com a pressão dos cinemas em diminuir a duração do filme, Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 1954) foi encurtado pela metade e, então, a recepção calorosa do público não foi a mesma. Em entrevista de 1957, Judy garantiu: "Eu sou uma perfeccionista. George Cukor, quem dirigiu o filme, era um perfeccionista. Nós tínhamos que acertar." Apesar dos cortes do filme, Judy foi o ponto alto do filme e sua química com James foi muito bem-vinda. Os números musicais são luxuosos, até demais, feitos para destacar o que há de mais performático na atriz.

Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 1954) acerta nos figurinos, nas atuações excelentes, com Norman em segundo plano nesta versão, e nas canções cativantes, mas se foca tanto no brilho da estrela que parece esquecer que os telespectadores querem ver os bastidores do estrelato e não apenas o glamour. Algumas das canções e números musicais são longos demais e cortam, por muitas vezes, a fluidez da narrativa, porém não é nada que um fã do talento de Garland não consiga "aturar".

É inegável que essa versão foi feita para que uma estrela, que foi Judy Garland, renascesse das cinzas e se tornasse uma fênix. Mas seus próprios vícios, assim como o do personagem Norman, tornaram seu retorno ao estrelato que tinha outrora, impossível. 

NASCE UMA ESTRELA (A STAR IS BORN, 1976) COM BARBRA STREISAND E KRIS KRISTOFFERSON


Barbra Streisand é Esther e Kris Kristofferson é John Norman em Nasce uma Estrela (A Star is Born, 1976)
Barbra Streisand é um ícone do mundo da música e do cinema. A atriz, que ganhou seu primeiro Oscar por Garota Genial (Funny Girl, 1969) estava procurando nos anos 70, um veículo para enaltecer o seu talento, já que era uma das estrelas mais rentáveis do momento.

Assim como Nasce uma Estrela de 1954 resolveu focar na dança e no canto de Garland, seus pontos mais fortes como artista, a versão de 1976 muda os bastidores do romance: de Hollywood, o filme passa a acontecer no mundo da música para que Streisand possa brilhar. 

E mais! Se em 1954, Sid Luft resolveu promover o filme como veículo para Garland, sua esposa, na versão de 1976, Jon Peters, um ex-cabeleireiro e maquiador das estrelas, fez sua estreia como produtor com Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 1976) feito também para celebrar o romance da vida real entre ele e Streisand. Os dois tinham um relacionamento conturbado, que era super volátil contando com brigas físicas e verbais, até durante a gravação do filme como conta o livro Hit and Run de Nancy Griffins e Kim Marsters.

Kris Kristofferson, depois das recusas de Marlon Brando e Elvis Presley, concordou em participar do filme e, então, mais uma versão de Nasce uma Estrela nasceu. O problema do filme, no entanto, é que ele é apenas forte em seus números musicais. O drama em si não existe, a história é confusa e, em muitos momentos desconexa, com uma química pouco aproveitada entre os protagonistas. 


Um dos triunfos de Nasce Uma Estrela (1976) além de sua trilha sonora impecável com dois cantores incríveis como Kris e Barbra, é a inserção de uma personalidade mais assertiva de Esther. Se nos filmes de 1937 e 1954, as estrelas veem a decadência de seus maridos com tristeza e resignação, nesta a personagem de Barbra Streisand tenta ganhar autonomia e criar uma identidade separada de John Howard.

Tanto que, um exemplo disso, é no final do filme. Enquanto em 1937 e 1954, as personagens, após a morte do marido, se apresentam como "Sra. Norman Maine", na versão de Babra Streisand, quando ela canta no palco, ela é introduzida como "Esther Hoffman Howard", mantendo seu nome de solteira e sua identidade antes-John no processo. Um ponto super positivo, mas que em outras partes do filme, sofre um retrocesso: quando Esther é traída por John, por exemplo, ela logo sucumbe aos seus encantos e um novo ponto de conflito que parecia se desenvolver fica estagnado e Esther simplesmente o perdoa. Não há desenvolvimento algum.

Nas de 37 e 54, os casais são devotados um pelo outro e é apenas o conflito das carreiras e dos vícios que causam a fricção no relacionamento, funcionando bem melhor do que a inserção de brigas exageradas da de 1976. Mas nem tudo são males: é em Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 1976) que surge mais uma tradição: a canção final de tributo da personagem ao falecido marido com Barbra cantando "With One More Look at You/Watch Closely Now". Mas foi com Evergreen, a música-tema do romance, que Barbra ganhou um Oscar, em 1977, de Melhor Canção Original.

Os críticos, de antemão, odiaram o filme, porém os fãs de Barbra e Kris lotaram os cinemas para ver seus astros preferidos e curtirem as canções icônicas de Nasce Uma Estrela. Assim, o filme se tornou um sucesso de bilheteria e o mais lembrado pelos telespectadores no mundo todo.

No geral, Nasce uma Estrela (A Star is Born, 1976) tem uma trilha sonora de primeira, uma história pouco desenvolvida, focando apenas em Barbra, e um romance mais forçado do que nas outras versões já que não soube dosar a atenção entre Esther e John. Não era para dar certo, mas deu, provando, mais uma vez, que tudo que Barbra toca ou canta vira ouro! 

NASCE UMA ESTRELA (A STAR IS BORN, 2018) COM LADY GAGA E BRADLEY COOPER

Lady Gaga é Ally e Bradley Cooper é Jackson Maine em Nasce uma Estrela (A Star is Born, 2018)
A mais nova versão de Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 2018) com Lady Gaga como Ally Campanna e Bradley Cooper como Jackson Maine é completamente inspirada na versão de 1976 do filme. Tanto que o produtor é Jon Peters, ex-marido de Barbra, quem produziu o filme anterior. 

Neste capítulo de Nasce Uma Estrela, a história é a mesma: Jackson é um cantor country que vê sua fama se esvair enquanto se apaixona pela talentosa Ally, que afirma não conseguir se lançar como cantora por causa de seu nariz avantajado. A questão da beleza da personagem, aliás, é um dos focos centrais da trama, já que lhe causa muita insegurança, e mostra um lado mais vulnerável de Ally. Mas o foco excessivo em sua aparência também diminui e muito as conquistas da personagem: parece que ser bela é melhor e mais importante do que ser talentosa em muitos momentos do filme. 

Nasce Uma Estrela de 2018 começa da mesma maneira do filme de 1976: com o protagonista masculino fazendo um show lotado, saindo de limousine e parando para curtir em um bar, onde encontra a jovem, a escuta cantar e se apaixona perdidamente. Em 2018, a versão ganhou uma atualizada: Jackson conhece Ally em um bar de drag queen, uma homenagem ao começo da carreira de Lady Gaga.

A trilha sonora de Nasce Uma Estrela tem canções fortes como "Shallow" e "I'll Never Love Again", mas muitas são tocadas em exaustão durante o curso do filme. Shallow, por exemplo, é cantado por Cooper e Lady Gaga umas três vezes no longa-metragem e quando aparece das outras vezes não causa o mesmo impacto. Como Ally quer se tornar uma estrela pop, aliás, temos músicas no filme como "Why Did You Do That" e "Hair Body Face" mostrando sua transição ao gênero. 


O problema é que as letras das canções são pobres demais e o ritmo não cativa. A intenção era distanciar Ally de Lady Gaga, mas o resultado apenas mostra Ally como mais uma artística pop genérica, a começar pelo seu nome. O significado do nome das personagens de 1937, 1954 e 1976, que é Esther significa "estrela" e Vicky, o nome artístico das de 37 e 54, significa "Vitória". Ally (nada contra o nome, que é lindo), simplesmente não é um nome forte, como Cher ou Madonna, para uma artista do pop. 

Apesar das críticas, isso não quer dizer que Lady Gaga não esteja arrasando em sua performance. A atriz e cantora traz uma vulnerabilidade ao papel, em sua grande estreia no cinema, que torna Ally uma grande amiga do telespectador, que fica torcendo pelo seu sucesso. Como Bradley Cooper é o diretor, produtor e também astro do filme, também fica claro em vários momentos que ele foca o maior drama e história para seu próprio personagem e com isso Ally se perde no meio de tanto "Jackson".

Nasce Uma Estrela, aliás, é um projeto passional de Cooper, que queria fazer um remake desde os anos 2000, cotando Beyoncé para ser a estrela, algo que não deu certo. Assim, é compreensível que o diretor queira focar em si mesmo, mas o filme se chama Nasce Uma Estrela, não é mesmo? Queremos conhecer mais sobre Ally, algo que não conseguimos e, neste caso, a versão de 1937 ou 1954, por exemplo, ganham de lavada.

Inúmeros críticos enalteceram esta versão de 2018 como a melhor de todas as Nasce Uma Estrela (A Star Is Born) e realmente o filme conta com grandes performances, uma direção no geral muito boa com uma fotografia bela, apesar de alguns cortes excessivos de cena, e uma trilha sonora que está fazendo sucesso pelo mundo todo. Mas é a melhor? Não posso dizer que concordo.

Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 2018) vai, com certeza, ganhar indicações para o Oscar de 2019 e é bem possível que Gaga saia com uma estatueta por suas composições para o filme. Mas esta versão comete o mesmo erro da de 1976: tira muito da doçura e desenvolvimento do relacionamento dos protagonistas, nos deixando com, em sua maioria, apenas belíssimas canções e uma história rasa a superficial. A aparência, como o filme deveria deixar mais claro, não é tudo. 

BÔNUS: AASHIQUI 2 (2013) COM ADITYA ROY KAPOOR E SHRADDHA KAPOOR 


Intitulada a versão indiana de Nasce Uma Estrela (A Star is Born, 2013)

Aashiqui 2 (idem, 2013) configura nesta Listinha como um "bônus" pelo simples fato de ser, em tese, uma continuação do filme Aashiqui (idem, 1990) fazendo parte de uma saga indiana que conta histórias de amores impossíveis de terem seus "felizes para sempre", com a terceira parte que deverá ser lançada em 2019. 

Assim, o filme Aashiqui 2 se configura como uma continuação da saga, embora também seja um remake de Nasce uma Estrela (A Star is Born), mais especificamente a de 1976. Isso porque nele, Aditya Roy Kapur interpreta Rahul Jaykar, um grande astro indiano que luta contra seu vício por álcool. Um dia, em um bar, ele conhece a doce Arohi, vivida por Shraddha Kapoor, e os dois começam um romance, com Rahul prometendo transformar Arohi em uma estrela. Tudo que a jovem quer, no entanto, é o amor do jovem galã. 

Como é típico nos filmes de Bollywood, a tragédia é bem carregada e a música dramática de fundo, idem! Arohi nem consegue curtir sua própria fama já que tem que ficar "pajeando" Rahul, que a cada dia começa a piorar cada vez mais. Em Aashiqui 2 (idem, 2013), temos mais uma vez este problema: o foco é no homem e sua decadência e não na estrela que nasce. Será que não entendem? O filme se chama Nasce Uma Estrela, oras!  


Aashiqui 2 (idem, 2013) tem seus pontos positivos: as canções são belíssimas, os atores tem muita química (e também pudera, foram namorados na vida real!) e a película tenta fugir um pouco de ser apenas uma releitura do Nasce Uma Estrela de 1976 e tira inspiração das versões anteriores também. Um exemplo é o final do filme, quando Arohi assina seu nome como Arohi Jaykar, em homenagem a o fim da versão de 1937. 

Algo não fica claro, no entanto: por que não chamam este filme de simplesmente Nasce Uma Estrela, já que é claramente um remake hindi do mesmo. Pode ser pelo fato da popularidade de Aashiqui (idem, 1990), que continua a ser um dos filmes mais amados da Índia, fazendo sentido de que os produtores quisessem "surfar" nesse sucesso garantido.

Arohi se configura como a típica namorada submissa, que larga todo seu eminente sucesso por Rahul, fugindo com ele para as montanhas e cuidando dele até que ele se sinta melhor. Em nenhum momento o casal tem uma conversa sobre reabilitação ou mudanças de vida, eles simplesmente creem, cegamente, que o amor os salvará. O que no caso da luta contra um vício, nunca é o suficiente.

Aashiqui 2 (idem, 2013), no geral, funciona e muito como filme e como uma nova versão de Nasce Uma Estrela (A Star is Born), mas o foco meloso entre o amor dos protagonistas e a negação de ambos em ver o vício de Rahul como algo sério torna Aashiqui 2 o mais fantasioso de todas as versões da saga. O que, neste caso, deveria apenas se chamar O Decair de Rahul. 

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