As trilhas sonoras opostas de Vidas sem Rumo (1983)


Susan Eloise Hinton tinha apenas 15 anos de idade quando começou a escrever seu livro Vidas Sem Rumo (The Outsiders), que contava a história de duas gangues rivais, focando no sensível Ponyboy Curtis, que sofre com a perda de seus pais e o envolvimento de seus irmãos mais velhos com os Greasers, a gangue mais pobre da cidade, que para piorar a situação vive em pé de guerra com os Socs, os mauricinhos da comunidade de Tulsa, Okhaloma. 

A escritora baseou-se na vida de seus amigos, que em sua maioria eram greasers. Lançou Vidas Sem Rumo quando tinha 17 anos de idade e foi aconselhada a usar suas iniciais, S.E Hinton para dar mais credibilidade ao seu livro, já que não se achava que uma mulher escrevendo um livro sobre gangues faria sucesso. O truque, que J.K Rowling também usou, funcionou! The Outsiders, ou melhor, Vidas Sem Rumo, vendeu mais de 13 milhões de cópias mundo todo e se tornou leitura obrigatória para os estudantes de colegial nos Estados Unidos. Uma história escrita por uma adolescente que, no final, acabou atingindo outros tantos como ela. 

 C. Thomas Howell interpreta Ponyboy, que tinha uma promissora carreira                         Divulgação/Gif
Assim, o renomado diretor Francis Ford Coppola, após um pedido de um grupo de alunos do colégio Lone Star, na Califórnia, decidiu dirigir uma versão cinematográfica do livro, com um elenco de peso: Patrick Swayze, Rob Lowe, Diane Lane, Matt Dillon, Ralph Macchio, Emilio Estevez, C. Thomas Howell - que perdeu uma grande carreira depois da controvérsia racista de Confusão à Flor da Pele (Soul Man), de 1986 - e um pré-fama Tom Cruise. O filme, que estreou nos cinemas no dia 25 de março de 1983, foi um sucesso de bilheteria e de crítica, mas não sem suas desavenças na pré-produção, principalmente se tratando da trilha sonora. O embate foi entre pai e filho. 

Carmine Coppola deu o início da era da família Coppola para o sucesso: nascido em 11 de junho de 1910 em Nova York, ele decidiu, logo cedo, que sua vocação era ser flautista. O talento era aparente, já que o músico entrou em Juilliard e, em seguida, trabalhou na Orquestra Sinfônica NBC, até decidir seguir seu sonho de compôr músicas. Seu sonho nunca foi o cinema e Carmine apenas se envolveu nos set de filmagens para compôr, conduzir e fazer o arranjo de trilhas sonoras para seu filho, Francis Ford Coppola. Graças à essa parceria, aliás, ele ganhou um Oscar de Melhor Trilha Sonora por O Poderoso Chefão II, dividindo a honra com Nino Rota, que foi autor de outras maravilhosas composições. 


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Esse feito fez com que a família Coppola ganhasse um Oscar em todas suas gerações: Carmine por Poderoso Chefão II, seu filho Francis com cinco estatuetas em casa e seus netos Nicolas Cage e Sofia Coppola, respectivamente, como Melhor Ator por Despedida em Las Vegas (1995) e como Melhor Roteiro Original por Encontros e Desencontros (2004). Apenas a família Huston é rival desse recorde. 

Mas, se durante as gravações de Vidas sem Rumo o compasso harmônico da família não saiu de tom, no relançamento a partitura foi outra. Francis Coppola, em sua decisão como diretor, decidiu retirar grande parte das músicas compostas pelo seu pai, ao relançar o filme em setembro de 2005 intitulado-o de The Outsiders: The Complete Novel. A razão? Considerava as composições de seu pai "artificiais e extravagantes demais". Assim, como Vidas Sem Rumo se passava durante a década de 1950, o cineasta colocou, no lugar da pomposa composição de Carmine, vários rock n' rolls na trilha sonora, com três músicas de Elvis Presley, adicionando Gloria de Van Morrison e até Real Wild Child de Jerry Lee Lewis. Uma decisão que Francis decidiu ser a certa para o reedição de seu filme, que também ganhou 22 minutos de cenas extras que foram retiradas do corte final original de Vidas Sem Rumo. 

Suntuosidade, no entanto, é o adjetivo ideal para descrever a trilha sonora inicial de Vidas Sem Rumo. Carmine, com passagens em sinfônicas clássicas e também pela Broadway, que preza pela grandiosidade de suas composições teatrais, investiu na direção da música clássica dando ao filme de seu filho um ar de épico, com a composição, muitas vezes, engolindo suas personagens como na instrumental Dallas Death Scene e a Go To Rumble, quando os Socs e Greases finalmente se enfrentam. Curiosamente, esse efeito ajuda no panorama geral da película, na qual o espectador pode se focar, intensamente, nas expressões e movimentos das personagens. 


A trilha sonora completa de Vidas sem Rumo, a de 1983 e a de 2005                       Divulgação

Mas Carmine Coppola sabia, inclusive, ser mais suave instrumentalmente como a composição de Stay Gold, transformada em canção por Stevie Wonder revela durante o trecho mais conhecido de Vidas Sem Rumo. Nele, Ponyboy escondendo-se da polícia ao lado de seu amigo, Johnny (Ralph Macchio), começa a recitar o poema Nothing Gold Can Stay, traduzido como Nada Dourado Fica, de Robert Frost. As cores vibrantes do pôr do sol relembram a cena clássica de Scarlett O'Hara em sua Tara de E O Vento Levou..., livro que os dois amigos leem enquanto estão no exílio. O clássico é uma marca de Carmine que combinou muito bem com o assunto atemporal que é a rebeldia e o ato de se descobrir durante a adolescência. 

A trilha sonora da reedição do filme é clássica, puro rock n' roll dos anos 1950, e dá um tom mais nostálgico para o filme, já que suas personagens se espelhavam nos ídolos durões da época que incluíam Paul Newman, Elvis Presley e James Dean. Porém, muitas cenas dramáticas como o incêndio na Igreja e a da morte de uma das personagens importantes da narrativa imploram por uma abordagem atemporal que possa se sustentar por si mesma, sem serem ofuscadas por canções tão simbólicas. 

Vidas Sem Rumo permanece um clássico de Francis Ford Coppola, seja em sua trilha original ou nova. Uma coisa é certa: o trabalho de Carmine no filme merece, e deve, ser apreciado. 



Dicas: A 2º Caixa Surpresa

A mais nova série de sucesso de Ryan Murphy é Feud, da Fox, que trata das desavenças mais famosas das celebridades. A primeira a ganhar o tratamento hollywoodiano foi as das divas Bette Davis e Joan Crawford, que comemorou aniversário nesta última quinta-feira, dia 23. Crawford, formalmente conhecida como Lucille Fay LeSueur, comemoraria mais de 100 anos de idade se estivesse viva. A data exata não é conhecida: Joan afirmou que havia nascido em 1908, mas inúmeros biográfos contestam essa informação. Para eles, a estrela nasceu em 1905 e alguns até disseram que ela havia nascido em 1904, o que seria impossível já que a data de nascimento de seu irmão Harold foi, mais ou menos, nessa época. Mas é como dizem, uma dama igual Joan Crawford nunca revela sua idade.

Na verdade, a idade de nossa estrela é o que menos importa. Uma pioneira do cinema e uma das poucas atrizes a conseguir passar da era do cinema mudo para o falado com grande sucesso, Joan Crawford, atualmente, é mais conhecida pela polêmica do livro e do filme Mamãezinha Querida, escrito por Christina Crawford, uma de suas filhas adotadas, mas a atriz tinha mais facetas e muitas outras polêmicas que valem muito mais a pena de serem mencionadas. 

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Por isso, A Caixa Surpresa desta sexta-feira traz uma dica de um filmaço com a atriz e relembra, de quebra, os tempos da brilhantina!

Sugestão de livro: As Esganadas - Jô Soares 

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Um serial killer que persegue e mata mulheres gordinhas? Essa é basicamente a história principal do livro As Esganadas de Jô Soares, grande humorista e apresentador brasileiro, que foi lançado em 2011 pela Companhia das Letras. Nele, terror e humor se misturam intrinsecamente quando o detetive Mello Noronha e seu assistente Tobias Esteves começam a investigar o caso de um homem que atrai suas presas com guloseimas portuguesas calóricas para depois matá-las lentamente, como se faz com um cozido bem preparado. 

Nas mãos de qualquer outro autor, essa narrativa seria sombria, com detalhes específicos das torturas que o serial killer, que tem uma relação conturbada com uma importante figura em sua vida, inflige na vida de suas vítimas. Com Jô Soares, entretanto, o cômico prevalece e essa mudança é bem-vinda, criando personalidades consistentes para as personagens, mesmo que elas sejam, de diversas maneiras, simples estereótipos. 

Além da inspiração em histórias de romance policial, Jô Soares situou As Esganadas na era Vargas dando uma profundidade política à sua obra e, de quebra, colocando seu livro de suspense/humorístico em maior contato com a realidade. Um bestseller merecido do autor que você não pode deixar de ler. Mas sem um pastel de nata por perto, certo?  

Sugestão de filme: As Mulheres (The Women) -1939 

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Um filme com um elenco completamente feminino, combinando as maiores estrelas da época de 1930 como Rosalind Russell, Norma Shearer, Paulette Goddard, Joan Fontaine e, é claro, Joan Crawford, em uma história que engloba seus relacionamentos com homens e como isso acaba entrelaçando suas vidas para sempre. 

Tudo começa quando Mary, vivida por Norma Shearer, acredita que seu marido a esteja traindo com outra. Com ajuda de suas amigas, a fofoqueira Sylvia (Rosalind Russell) e a mais fofoqueira ainda Edith (Phyllis Povah), ela descobre que a amante é uma vendedora linda e jovem chamada Crystal Allen, vivida por Joan Crawford, e decide deixar seu marido. Apesar do título do filme ser As Mulheres, as personagens passam a maior parte do filme discutindo sobre seus homens. O subtítulo do poster oficial, aliás, já revela o que esperar da narrativa, que não passaria nem de perto no teste Bechdel (duas mulheres em um filme que falam sobre algo que não seja de homens). No poster lê-se: "É tudo sobre os homens." 

E apesar de Norma e Joan não se darem bem na vida real - Crawford trabalhou como dublê de corpo para Shearer no filme Lady of The Night (1925) e muitos papeis destinados à ela foram dados para Norma, ainda mais por ela ser casada com o diretor executivo da MGM, o Irving Thalberg - as duas, dirigidas por George Cukor, fazem parte de uma das melhores cenas do filme. 

As Mulheres foi regravado 69 anos depois, com o mesmo nome do original, estrelando Meg Ryan, Eva Mendes, Annette Bening, Carrie Fisher e Jada Pinkett Smith, ou seja, um elenco de peso igual ao original, embora não tenha a mesma comoção do de 1939. 


Sugestão de álbum: Jeff Conaway (álbum homônimo) - 1979 

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John Travolta e Olivia Newton-John já eram estrelas antes de protagonizarem um dos musicais mais bem sucedidos de Hollywood, Grease - Nos Tempos da Brilhantina (1978). Mas Jeff Conaway, que vinha de uma carreira consistente na Broadway, apenas estava começando a sentir o gostinho da fama como Kenickie. Casou-se, logo depois, com Rona Newton-John, a irmã mais velha de Olivia e estrelou na série de sucesso Táxi, até que seu alcoolismo e dependência em drogas começou a atrapalhar sua performance como ator. 

Mas antes de tudo isso acontecer, em 1978, recém-saído de Grease, Jeff fechou um contrato com a Columbia Records para gravar um álbum. O agente de Bruce Springsteen, Mike Appel tinha uma enorme fé no talento de Conaway, produzindo o seu álbum homônimo que lançou apenas um single, o cativante City Boy que nem sequer rankeou nas paradas de sucesso. 

Infelizmente, o álbum de Jeff Conaway foi um fracasso de vendas e o ator/cantor fez uma pequena turnê para promover seu lançamento. O curioso é que Conaway, em sua adolescência, fez parte de uma banda de rock chamada The 3 1/2 e nos anos 2000, antes de sua morte, lançou seu último álbum, It Don't Make Sense (You Can't Make Peace), que também não foi bem sucedido. 

No entanto, investindo na disco music, famosa na época, para gravar seu álbum homônimo, Jeff acertou em cheio: todas as canções do álbum foram feitas para dançar, especialmente a She Must've Had Her Reasons, com um refrão que foi beneficiado pela voz rouca do ator, e Living on the Edge of Love, com uma presença dos teclados que harmoniza a música como um todo. Um álbum incompreendido que atualmente encontra seu nicho para brilhar entre seus fãs; de forma merecida. 



O desbotado clã de Rhett Butler de Donald McCaig

*Aviso: spoilers sobre o livro e ...E o Vento Levou

...E O Vento Levou é um dos maiores livros já escritos por uma mulher. Desde sua publicação, em 1936, já se passaram 81 anos e a história de Margaret Mitchell vendeu mais de 30 milhões de cópias pelo mundo todo. O romance de Scarlett O'Hara e Rhett Butler começou quando a autora, recuperando-se de um tornozelo torcido, decidiu escrever um romance para se entreter. Ela teve bastante tempo: depois de recuperada, ficou mais três anos aperfeiçoando o seu livro. 



E talvez fosse, por conhecer tão bem suas personagens, que qualquer outro autor que tenta escrever uma continuação de ...E O Vento Levou não tem chance alguma de sucesso. Existe, no entanto, uma boa notícia para os aficionados pelo original: O Clã de Rhett Butler - continuação escrita por Donald McCaig depois de doze anos de pesquisa - pode não ter chegado ao nível de Margaret, mas deixa os fãs da saga aliviados, depois do desastroso Scarlett de Alexandra Ripley.

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A animação, no entanto, vai durar pouco. Isso porque, se o leitor termina de ler O Clã de Rhett Butler depois de ter lido Scarlett, vai sentir uma sensação de alívio ao ver suas personagens sendo melhores representadas e em uma narrativa mais envolvente. Mas se o livro de McCaig for lido após ...E o Vento Levou de Margaret Mitchell, o leitor se encaminhará para o caminho certo da decepção, com aquele gostinho de quero mais. 

O escritor foi selecionado, especialmente, pelos responsáveis do patrimônio de Margaret, nos anos 90, por ser um expert em escrever sobre a Guerra Civil e para substituir o autor Pat Conroy, que desistiu da tarefa por não querer ceder o controle de sua narrativa, que envolvia matar Scarlett na história. Sobre a tarefa de fazer a continuação de um livro tão famoso, McCaig contou em sua entrevista para o jornal The Atlanta Journal Constitution: "Os paralelos são Sherlock Holmes e a Bíblia - as pessoas conhecem este livro. Você pode contornar um pouquinho, mas você não pode dizer que uma personagem esteve no exército em certo período quando estava em outro lugar." 

Donald Mccaig ficou interessado em escrever uma sequência que tratava sobre Rhett Butler ao ler a novela de Mitchell a fundo, como ele contou ao jornal LA Times: "Rhett Butler estava constantemente aparecendo e desaparecendo para fazer algum trabalho para alguém e fazer dinheiro de alguma maneira. Eu encontrei vários buracos na história." Assim ele decidiu criar um livro que conseguisse tapar esse buracos. McCaig conseguiu, em partes.


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O Clã de Rhett Butler conta a vida do nosso galante homem de Charleston desde sua infância até sua união, entre idas e vindas, com Scarlett O'Hara. McCaig incluiu novos personagens na história, como a irmã de Butler, Rosemary, que ganhou destaque e se encontra divida entre dois amores: o correto John Haynes e o destemido Andrew Ravanel (baseado, em parte, no general confederado John Hunt Morgan) e o filho de Belle Watling, o Tazewell, de quem Butler cuida como se fosse seu filho, o que muitas pessoas suspeitam que seja, de fato, verdade. Além deles, a família da cafetina Belle ganha grande destaque na história, inclusive seu pai Isaiah e seu outro irmão Josie Waitling, acompanhados do ianque comparsa Archie Flytte, que tem um papel fundamental na narração.  

O livro tem uma linguagem fácil e algumas vezes é tão direto que parece que o leitor está lendo um livro didático de história. O escritor conta inúmeros detalhes do período da Guerra Civil Americana e muitas vezes se foca muito mais no aspecto histórico do que na vida de seus personagens. 


Um dos pontos mais positivos do livro de Donald McCaig, no entanto, é que ele não floreia, como Mitchell, a situação dos sulistas que achavam o seu mundo ideal. Mesmo sendo um homem branco, o autor dá uma voz maior para suas personagens negras e mostra a decadência e a injustiça quando Margaret Mitchell resolveu mostrar a beleza e o saudosismo dessa era. 


Tanto Mammy quanto Rhett, no final, ganharam livros próprios                                 Divulgação
E é apenas aí que ele acerta (quase) em cheio. O leitor não é saciado neste livro sobre, justamente, o personagem central e conhece mais sobre a vida das pessoas próximas a Butler do que sobre ele mesmo. Um exemplo disso é a menção a uma viagem que o cavalheiro de Charleston faz até Cuba, ficando por lá por alguns anos. Não sabe-se de nada do que aconteceu lá e o leitor apenas fica ciente da estadia em Cuba por uma carta que Rhett manda à sua irmã, Rosemary. Esse é um dos grandes erro de O Clã de Rhett Butler. O leitor conhece mais sobre Rosemary e seus dois amores, uma clara referência à Scarlett e seu romance com Ashley e Rhett, do que osobre o protagonista do livro. Isso é um erro grave! 

Donald McCaig, no entanto, claramente agradou os responsáveis pelo patrimônio de Mitchell e foi contratado para fazer um prelúdio de ...E o Vento Levou com Mammy como protagonista. O livro foi lançado em 2014, intitulado como A Jornada de Ruth. O lançamento, aliás, desagradou inúmeros ativistas negros que não achavam correto que um homem branco escrevesse sobre a história de uma mulher negra e escravizada. Sobre isso, McCaig foi resoluto: "Isso se chama imaginação humana. É isso que escritores fazem." 


Outra coisa que pode ter atrapalhado a continuidade da narrativa de O Clã de Rhett Butler foi o fato de McCaig não ter lido e relido ...E o Vento Levou várias vezes. Segundo ele mesmo, ele seguiu as notas detalhadas que sua esposa fez do livro e se concentrou na parte histórica do período. A credibilidade que ele ganhou ao recontar a história da Guerra Civil Americana, ele perdeu na hora de se focar nos personagens, especialmente no arco de Melanie Hamilton, quem faz descobrir que Scarlett tem sentimentos pelo seu marido. O original funciona melhor porque Melanie é o oposto de O'Hara em todos os sentidos e essa pureza no seu coração é o que acaba fazendo com que Scarlett se torne uma pessoa melhor, no final. 


O Clã de Rhett Butler é bem mais sucedido do que Scarlett de Alexandra Ripley, por se manter à fotos e não fantasias e folclores, mas ainda deixa os fãs de ...E o Vento Levou sedentos por mais. As personagens e suas motivações e, portanto, seus enredos ficaram desbotados diante de tamanha beleza da paisagem histórica quando o ideal seria a união dos dois elementos. Coisa que McCaig não consegue combinar completamente. 


Rhett, em seu próprio livro título, se torna uma sombra na narrativa e isso deveria ser um crime!

            



Livro: O Clã de Rhett Butler
Autor: Donald Mccaig 

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A parceria de Maureen O' Hara e John Wayne no cinema

O cinema hollywoodiano criou pares que ninguém pode colocar defeito: Elizabeth Taylor e Richard Burton, Sophia Loren e Cary Grant e até a união eletrizante de Jerry Lewis e Dean Martin, embora não tivesse nenhum amor romântico entre eles. Esse foi o caso, também, com a parceria da irlandesa Maureen O'Hara e John Wayne, apesar dos rumores circulando de que eles seriam mais do que bons amigos na época. E pudera! A química entre os dois era inegável e deu tão certo que estrelaram em cinco filmes juntos, todos de grande sucesso.


O'Hara e Wayne  durante o tapete vermelho de seu último filme juntos, Jake Grandão          Divulgação/Gif
Mas a relação entre eles - e segundo eles!- sempre foi de irmão e irmã, desde quando se conheceram pela primeira vez, no dia de São Patrício, em 1940 na casa do renomado diretor John Ford. Maureen conheceu o cineasta gravando Corcunda de NotreDame (1939) e um ano depois estrelava em seu filme Como Era Verde Meu Vale, que ganhou o Oscar de Melhor Filme em 1941. Já com John Wayne, a parceria com o diretor começou em 1939 com No Tempo das Diligências e durou mais de duas décadas. Assim, John e Maureen se uniram, mas somente estrelaram em um filme juntos 10 anos depois. Foi aí, ao fazerem Rio Bravo (1950) que a amizade deles começou a florescer. 

Por isso, A Listinha mostra todas as parcerias do Duque de Hollywood e sua Duquesa, que fizeram história no cinema e formaram uma linda amizade fora dele. 



Rio Grande (Rio Bravo) -1950 

Este filme, o primeiro na filmografia de Maureen e John juntos, foi apenas um meio necessário para o fim que eles tanto queriam: estrelar em Depois do Vendaval (The Quiet Man), de 1953. De acordo com a autobiografia de Maureen 'Tis Herself, John Ford estava procurando incessantemente por algum estúdio que topasse financiar a história de The Quiet Man, baseado no livro de contos de Maurice Walsh intitulado The Quiet Man and Other Stories.

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Ninguém queria bancar esse projeto e, assim, segundo Maureen, o diretor Ford recorreu ao estúdio Republic Pictures, gerenciado por Herbert J. Yates, que topou financiar o "filme que não faria nenhum dinheiro", desde que Ford fizesse uma película de faroeste antes, com a mesma equipe, para recuperar o dinheiro que ele perderia com Depois do Vendaval (The Quiet Man). Portanto, em meados de junho de 1950, todos se uniram para trabalhar em Rio Grande, traduzido como Rio Bravo no Brasil. Infelizmente, a tradução fica um pouco confusa, já que em 1959, Wayne estrelou em um outro filme chamado Rio Bravo, que se intitulou como Onde Começa o Pecado no nosso país. Que confusão! 

Apesar desse fato, Rio Bravo (1950), se tornou um dos grandes sucessos na carreira de Maureen e de Wayne também. O filme conta a história do oficial da cavalaria americana, Kirby Yorke, vivido por John Wayne, que treina novos recrutas para lutar contra os índios apaches na região do Rio Grande, perto do Novo México. A situação complica quando seu filho resolve se alistar em sua cavalaria e ainda mais quando sua esposa Kathleen descobre: ela é contra a profissão que a separou de seu marido, e agora, de seu filho, com apenas 16 anos de idade. 

Um faroeste clássico, com questões de honra e do amor, ele é considerado o último da Trilogia de Cavalaria de John Ford, que depois decidiu se focar em filmes mais dramáticos, como o seu tão amado Depois do Vendaval (1953)



The Quiet Man (Depois do Vendaval) -1952

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Finalmente, depois de toda equipe de John Ford ter criado Rio Bravo (1950) para agradar a visão e os bolsos de Herbert J. Yates, eles estavam prontos para começar a produção do filme que eles queriam ter feito logo de primeira: Depois do Vendaval (1952). Baseado na obra de Maurice Walsh, a película conta a história de Sean Thorton, interpretado por John Wayne, um boxeador que retorna à sua cidade natal na Irlanda para buscar um pouco de paz. O que ele não esperava era se apaixonar por Mary Kate Danaher, vivida por O'Hara, uma irlandesa esquentada que quer que ele prove, a socos, o quanto a ama. 

Apesar do machismo presente na obra, especialmente na cena final do filme, é inegável que Depois do Vendaval é uma das obras-primas do cinema: sua fotografia, o roteiro e, inclusive, a cena do beijo entre os protagonistas, que merecia uma menção na parte de beijos proibidos de Cinema Paradiso (1988). 


John Ford havia trabalhado no roteiro do filme durante anos e de acordo com a biografia John Wayne, The Man Behind the Myth de Michael Munn, o diretor ficou tão nervoso com a possibilidade de que seu filme mais esperado não desse certo, que ele acabou desenvolvendo uma úlcera no estômago enquanto eles estavam em locação, na Irlanda. 


Mas nem tudo foi nervosismo não: a última cena de Depois do Vendaval, quando a personagem de Maureen sussurra algo na orelha de Wayne é motivo de mistério até hoje, e a frase foi tão chocante que a atriz quase se recusou a dizer para seu amigo Wayne. Os três - o diretor, a atriz e o ator - nunca contaram sobre o que se tratava e juraram levar o segredo para o túmulo; o que eles fizeram. 


The Wings of Eagles (Asas de Águia) - 1957


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Demorou mais de cinco anos até que os dois se unissem novamente nas telonas, com John Ford mais uma vez na direção, interpretando marido e mulher no filme Asas de Águia, baseado na vida de Frank W. 'Spig' Wead, que ajudou os Estados Unidos a promoveram a aviação durante a Segunda Guerra Mundial e foi considerado, também, um dos aviadores mais importantes do mundo durante a Primeira Guerra Mundial. Claro que o fato de Wead ser um amigo próximo de Ford e ter escrito dois roteiros de Asas Heroicas (1932) e Fomos os Sacrificados (1945) para o diretor - Frank Wead escreveu roteiros desde 1929 até o ano de sua morte, 1947- também ajudou na decisão de fazer uma cinebiografia sobre ele. 

John Wayne interpreta o tão famoso Wead enquanto O' Hara fica ao seu lado como esposa, Minnie Wead. O interessante nisso tudo é que é nesta película que, pela primeira vez, vemos John Wayne sem seu topete, já que o aviador, a medida que envelhecia, ficava calvo, assim como o ator, que tentava esconder esse fato nas telonas. Mas quem rouba a cena no filme, um tanto morno, é o ator Ward Bond, que interpreta John Dodge, uma versão ficcional de John Ford, que é sensacional. 


Frank Wead teve uma vida extraordinária: foi um aviador de talento, quebrou inúmeros recordes, mas não escapou do destino ao cair e fraturar o pescoço quando foi acudir sua filha que chorava em abril de 1926, ficando assim paralisado por um tempo, já que gradualmente conseguiu retornar a andar com a ajuda de uma bengala. O acidente não foi o fim para Wead e ele resolveu se tornar roteirista e um muito bom! Não deixando de lado seu papel como aviador, é claro. 


De acordo com o livro John Ford: Hollywood's Old Master de Ronald L. Davis, tanto o diretor como o resto do elenco, incluindo Wayne odiaram o título do filme The Wings of Eagles e tentaram fazer com que o estúdio mudasse, sem qualquer êxito. O filme, no entanto, é uma fiel representação da vida de um amigo, Wead, feito por outro que sempre se importou com ele. 



McLintock! (Quando um Homem é Homem) -1963

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A Rainha do Technicolor, Maureen O'Hara brilha em toda sua beleza gloriosa aos 43 anos de idade, neste faroeste de comédia intitulado Quando um Homem é Homem. (In)felizmente, a premissa do filme hoje em dia é extremamente ultrapassada e com certeza machista. Nele, conhecemos George McLintock, interpretado por Wayne, um homem rico e poderoso, que está ansioso para que sua filha Rebecca (Stephanie Powers) retorne para a casa. Quem ele não esperava que viesse junto era sua esposa distante, Katherine, vivida por O'Hara, que o culpa por tudo que aconteceu de errado na sua vida, mas sem poder divorciar-se dele. Assim, o velho patriarcado toma conta e o que vemos é um exemplo horrível do que os homens consideram apropriado de tratar uma mulher. 

Na época em que o filme foi gravado, em meados de 1962, nos Estados Unidos, os costumes eram outros. Para se ter uma ideia era extremamente difícil que uma mulher solteira pudesse ter um cartão de crédito. O banco poderia se recusar a fazê-lo, com justa causa. Já o filme, que se passava no século XIX, também não era nada amigável com suas mulheres: um homem, naquele tempo, poderia se divorciar de sua esposa se ela o estivesse traindo, mas o contrário era impossível. O marido ficaria, portanto, com a guarda de seus filhos e a esposa seria proibida de vê-los. 

Assim, a cena mais conhecida do filme, a da perseguição de O'Hara por Wayne mostra, exatamente, como os homens responsáveis pela película e, inclusive, o século em que viviam, pensavam de suas mulheres: que elas precisavam ser disciplinadas. Até o poster do filme mostra esse descaso: é uma foto do personagem de Wayne, segurando O'Hara de bunda para cima, preparando-se para bater nela e lhe dar um corretivo.

Maureen O'Hara, inclusive, revelou em sua autobiografia que a cena do filme da perseguição ocorreu de verdade, sem cortes, e Wayne gostou tanto de fazer a cena que ela ficou machucada por vários dias depois. Mas o filme é interessante de se assistir por tais motivos: analisar nossa evolução como sociedade e como isso vem mudando. E, aliás, se você quiser ver uma Yvonne de Carlo pré-Lily na série Os Monstros. 


Big Jake (Jake Grandão) - 1971 

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O último filme da dupla O'Hara-Wayne no cinema e coincidentemente, o único da dupla a não ser dirigido por John Ford, que fez seu último filme em 1966, e aposentou-se. Wayne insistiu, aliás, em dirigir partes de Jake Grandão para ajudar o diretor e amigo George Sherman, que devido à idade, não se sentia bem para gravar no calor do México. Mesmo assim, o ator não quis que seu nome aparecesse como diretor: queria essa honra apenas ao seu bom amigo. 

Já com Maureen O' Hara, Wayne foi mais direto: ele disse que a queria no seu filme, mas a avisou que ela não teria muito o que fazer, o que era verdade - ela apenas aparece durante o começo de Jake Grandão e nada mais. Um final um pouco frio demais para uma parceria tão acalentadora, já que até o final pastelão de McLintock! seria melhor, pelo menos Maureen não seria renegada a um papel tão pobre, sem nada a fazer a não ser repetir algumas falas. 

Na película, ela interpreta Martha McCandles, a esposa de Jake, vivido por Wayne, que precisa recuperar seu neto, Little Jake (Ethan Wayne) das garras da gangue rival de John Fain (Richard Boone), já que ele foi raptado e esperam um bom dinheiro por ele: coisa que Jake Grandão não entregará até lutar. 

Apesar do papel pequeno, segundo a biografia Maureen O'Hara: The Biography de Aubrey Malone, a atriz não estava incomodada com o pouco que tinha de fazer. Era até um alívio, com a idade que estava: 50 anos e com um neto recém-nascido, de sua única filha Bronwyn FitzSimons. Jake Grandão foi o último filme de Wayne a ser um sucesso de bilheteria, antes de sua morte em 1979 provando que vinte anos depois de seu primeiro filmes juntos, Maureen O'Hara e John Wayne ainda eram sinônimos do sucesso. 

Um viva ao Duque e Duquesa de Hollywood! 




Primo Moreschi e o seu lado da história do The Jet Black's

Para Primo Moreschi, ou apenas Joe Primo, os anos 1960 foram tão agitados quanto os dos reis supremos do iê iê iê, The Beatles: formou a banda The Jet Black's, predominantemente instrumental, foi expulso da banda e deu a volta por cima formando Os Megatons, que trabalharam com nomes importantes da indústria fonográfica e eram conhecidos pelo uso do som distinto de uma guitarra com 12 cordas. Apesar de tanta influência, principalmente no começo da Jovem Guarda, o livro de Primo lançado pela Editora Oeste, do Mato Grosso do Sul em 2008 tem como título O Protagonista Oculto dos Anos 60.

Primo Moreschi hoje em dia se foca em sua pintura                     Divulgação/Primo Moreschi
Esse adjetivo, o do oculto, tem lá seus motivos: mesmo depois de afirmar com todas as letras que foi o fundador dos The Jet Black's, que na concepção tinha o nome de The Vampires, em homenagem a banda The Ventures, Joe Primo continua a defender sua criação, mais de 50 anos depois: "Considero primordial esclarecer a verdadeira origem da banda The Jet Black´s, ou seja: eu, (Joe Primo) Primo Moreschi e Bobby De Carlo, seus verdadeiros criadores." Isso porque dão à Antonio Aguillar, conhecido como o percussor da Jovem Guarda, o crédito por ter lançado o The Jet Black's, além de o Jurandi (baterista) do The Jet Black´s, que tenta se pronunciar como o fundador da banda. 

Todos esses aborrecimentos deixam um gosto amargo na boca, principalmente ao se descobrir que Primo foi jogado de escanteio, em 1964,  pelo grupo que formou dois anos antes, ao se internar em um hospital em Campos do Jordão, o Sanatório Nossa Senhora das Mercês, para tratar de sua tuberculose. Na sua volta, alguns meses depois, tudo havia mudado, para pior, como Primo se dispôs a detalhar: "O Jurandi e o Zé Paulo (baterista e contrabaixista do The Jet Black´s) me trataram como se eu fosse um ilustre desconhecido, dizendo que já tinham outro ocupando meu lugar. Mediram-me de cima em baixo, rindo sarcasticamente quando mencionei sobre minha parte na venda dos nossos discos. Não estava acreditando no que estava vendo e ouvindo. O 2º e 3º elementos que eu e o Bobby De Carlo, havíamos convidado para tocar em nossa banda, estavam dando as cartas."

Os integrantes originais do The Jet Black's                                                Divulgação
Com o choque inicial ainda se desfazendo, o que ajudou Primo, de verdade, a sacudir a poeira, foi o fato de que aquela não era a sua primeira vez no mundo da música. Ele lançou seu primeiro disco, em formato 78 RPM, pela gravadora TodaAmérica, em 1961 e teve um grande apoio das rádios, como ele mesmo conta: "Devo dizer que consegui sim fazer muitos amigos radialistas e discotecários, em varias emissoras de Rádio, que me privilegiaram, programando minhas músicas 'Ela Me Fez De Limão' e 'Água De Cheiro', em suas programações diárias. Elas ficaram algumas semanas em primeiro lugar em vendas, de uma rede de lojas de nome "Assunção"; que patrocinava o programa "Parada de Sucessos" na Radio Nacional de São Paulo, todos os dias das 11:00 às 12:00".

Foi assim, que, depois de lançar seu LP individual, Primo conta como a história da banda The Jet Black's se iniciou, a partir de sua ida ao programa Ritmos Para a Juventude: "acabei por mentir, para o Aguilar, que tinha um conjunto de rock de nome The Ventures (o qual já existia), e para não passar por mentiroso, recorri ao Bobby De Carlo (meu amigão naquela época) que sugeriu um nome parecido com The Ventures que acabou sendo The Vampires. Portanto, estava dado o início, de ter surgido o conjunto que depois se tornou The Jet Blacks."

Infelizmente, não é assim que a história se lembra de Joe Primo. Inúmeros sites e jornais descartam sua importância na formação dos The Jet Black's, com alguns afirmando que ele nunca fez parte da banda e até dizendo que Gato, José Provetti, foi quem exigiu que o grupo mudasse de nome, já que era super fã da banda The Shaddows, que tinha como single uma canção intitulada Jet Black. Antonio Aguillar, em seu livro, Histórias da Jovem Guarda, corrobora essa versão de Gato e explica: "Posteriormente, Joe Primo e Bobby de Carlo saíram para dar lugar ao Gato, que era um excelente músico. Por sugestão do novo componente, o conjunto mudou de nome. Passou a se chamar The Jet Black's."

O baixista original dos The Jet Black's deixa claro, no entanto, que a ideia veio dele: "O nome da banda foi mudada praticamente por uma casualidade. Dado a intimidade que eu tinha com o cantor que se denominava Jet Black, eu brinquei com ele dizendo: 'Jet Black, você, por ser pequeno deveria se chamar Little Black, e deixar que nós, nos chamássemos Jet Black´s!'." O então, Little Black, concordou com a mudança e o lugar deles na música brasileira estava marcada para sempre, como o site de Lucia Zanetti também detalha.

Os Megatons acabaram prematuramente em 1968  por motivos pessoais                         Divulgação
Já com Os Megatons, o grupo que criou em 1964 com seu irmão Luiz Moreschi e os amigos Edgar e Renato, a história era outra: a premissa do rock continuou a mesma, sendo predominantemente instrumental e quando Wagner Benatti, o Bitão, entrou para o grupo em 1967, eles começaram a investir ainda mais nos vocais, seguindo a linha dos The Beatles, com destaque para a canção Só Penso em Meu Bem. Primeiro eles gravaram um LP, basicamente instrumental pela Gravadora Phillips na época e logo gravaram cantando em um LP do Bobby de Carlo, que fazia parte da formação do The Jet Black's: "Como sempre tive livre acesso aos meios de comunicação radiofônico, graças as amizades que adquiri principalmente através do Serginho de Freitas, radialista da Radio América de são Paulo, e divulgador de gravadoras famosas tais como, a 'Odeon' e com muita penetração na Gavadora Phillips, na qual, consegui gravar um LP instrumental inicial." Quando Os Megatons acabaram em 1968, Wagner acabou se juntou a banda Pholhas em 1969, que agora está planejando um revival.

Hoje em dia, depois de viver tantas vidas em uma só, Joe Primo cuida de uma ONG especializada em tratamento de menores dependentes químicos, a Fundação de Proteção a Criança e Adolescente Maria Aparecida Pedrossian, mas não abre mão de seu lado artístico: pinta quadros por encomenda que ele recebe pelo seu Facebook Oficial e continua a manter, de toda a maneira que pode, a lembrança de suas bandas ainda vivas no coletivo musical. 

Perguntado sobre o que ele gostaria de ver incluído se a história dos The Jet Black's fosse contada no cinema, afinal a Caixa de Sucessos é primeiramente um site de cinema, Primo foi bem claro: o roteiro se iniciaria pela sua ida ao programa de rádio Ritmos Para a Juventude, tendo como base sua autobiografia O Personagem Oculto dos Anos 60.

Um personagem oculto, talvez, mas não esquecido. 



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